"De quem mantém toda a pureza da natureza Onde não há pecado nem perdão" Caetano Veloso





segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Boteco, meu decote, teu olhar, e o nosso vazio.


A noite veio tão louca, ardente, florescente.
Eu, engunhando desamor.
Crescendo meu desencanto pela felicidade.
Está, que não conheço de vista.
Minha vista embaçada e meu auto grau de miopia
Impede de ver sua face. Só queria-me certificarSe a felicidade é realmente feliz.
Dou-me essa prosa sem rumo, sem hora.
No atropelo desconexo de mim.
Na maré calma de pensamentos, procuro um nevoeiro para me afogar.
Afogo-me logo em dores, afogo-me em amores contidos, amores
Guardados pelos botões do meu vestido.
Cruzo as pernas, cruzo os dedos para ele enxergar minha retina
E não reparar no meu decote que devora meu intelecto e só me faz forma física.
Riso de lado, olhar calmo.
Quero um amor passivo de dores. Impossível
O que eu quero é um amor como cafuné, como colo de mãe, como pernas de lutas,
Que caia como uma luva.
Quero terminar essa prosa, cheia de esperança e agonia.
Não sei como comecei, nem sei como vou terminar.
Vou terminar sem explicação. Como tantos amores intermináveis,
Que só aprendi a começar.

Nenhum comentário: