Quando?

Quando resolvi nascer não tinha resolvido nada.
Viver uma frustração medíocre, infeliz de uma família demasiada feita por seres fúteis
Resolvi crescer no antro de traições, medições de sentimentos, violência, mentiras.
Resolvi me torna frustrada, insegura, depressiva, agressiva, chata.
Resolvi ou resolveram por mim?
Família ideal não sem se existe. Família desprovida de obediência, carinho, submissão, amor, esta sim conhece bem.
Culpados? Não vai retroceder esse vazio que hoje teima em existir em mim.
Basta aceita los do jeito que escolheram ser, por que a mim, não houve como escolher.
Não escolhi ter uma mãe segura, estável emocionalmente. Um pai presente, o famoso homem da casa. Escolheram por mim os meus genitores, se fez mal se fez bem? Não sei.
Se é o destino, peço a ele que me desfaleça logo a frente ou me faça feliz ardentemente.
Por pais que me tiveram, por escolha que não tive escolhas, por amores inacessíveis, por felicidade vaga, ainda luto até o dia do desperta total das pessoas que me colocaram no mundo, e a cada soluçar dos meus prantos, pergunto:
Quando é quando? Quando que o quando chega? QUANDO?