
Há espera com tamanha ansiedade a primavera que demorava pra bater na porta. Como um noivo espera a noiva no altar, com a expectativa de se tornarem marido e mulher. A Dona Moça esperava a primavera das flores e do romantismo. Esperava com olhos atentos, quase não piscava, ansiava a ver a rosa brotar e o amor repetir tal feito.
As borboletas vão dançar pairando por cima das flores, os beija-flores vão beijá-las beijos ardentes que guardaram durante todo o inverno. Será assim o jardineiro que vai cuidar da flor da Dona Moça? A Flor mais preciosa, a que ela guarda dentro do peito esquerdo que pende pro direito. A primavera será perfeita! O jardineiro logo chega com o amor, as rosas, camélias, margarida e cravos. Dona moça viveu com tanta intensidade a primavera que por ela foi tão esperada. Caminha por meio de tantas flores, dança com as borboletas e aprende a beija com o beija-flor. E o jardineiro a faz amar como ela ama as flores e ele e ela com partilham desse amor. E este seria o final feliz, o final da novela das 18, 19,20 e da vale a pena ver de novo que você já viu e vai ver de novo. Mas não é como esta na ficção. A primavera acaba. O amor se dá por falecido, as flores secam, com o sol do verão que se aproxima, e com elas a felicidade vira um fantasma. E o amor que com partilhava Dona Moça e o jardineiro teve fim. A primavera por ser repetida se eterniza. O amor tem um ponto final que nasce uma reticência com outra pessoa. Com tudo, o jardineiro parte, não tem mais trabalho, não tem mais amor, segui em frente.
A Dona Moça resta a ilusão, a tristeza a solidão. A esperança da próxima primavera tão aguardada que vai demorar pra chegar mais vai se chegar com as flores, as borboletas, os beija-flores, o jardineiro e o atrasado mais que mais o que não deixa de chegar o fim.
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